Estimulação por LED e lasers no tratamento para queda de cabelos
A aparência dos cabelos está ligada para muitas pessoas à questão de saúde, autoconfiança e é amplo o grau de insatisfação causado pela queda capilar. Estudos estimam que mais de 50% dos homens apresentam algum grau de calvície acima dos 50 anos e até 80% dos homens acima dos 80 anos são afetados pela alopecia androgenética.
Esses dados dizem respeito somente a calvície, ainda existem outras formas de doença, como: eflúvio telógeno, dermatite seborreica, entre outras, onde um erro ou atraso no diagnóstico do tipo da alopecia, atrapalha o início do tratamento e o resultado esperado.
Dessa forma, é cada vez mais frequente a busca por tratamentos relacionados à queda de cabelo. O problema é que o paciente, procura o médico dermatologista de forma tardia e espera um resultado rápido que a dermatologia, para algumas doenças, não consegue ainda oferecer, justificando a importância do diagnóstico precoce.
A tecnologia vem avançando e trazendo resultados excelentes para a dermatologia. Algumas opções inovadoras e que apresentam uma resposta adequada no tratamento das alopecias, vem sendo usadas para algumas doenças do couro cabeludo. Hoje em dia, existem novos tratamentos como a microinfusão de medicamentos na pele (MMP), a tecnologia de luz de baixa potência (Low level light therapy) e o laser não ablativo que auxiliam nos resultados contra a queda capilar. Sobre essas duas últimas tecnologias que falaremos nesse post.
Estimulação por LED, o que é?
O primeiro tipo é uma luz de baixa potência (Low level light therapy), composta por LED (Luz Emitida por Diodo) e laser de baixa intensidade desenvolvida para o tratamento da queda e crescimento capilar.
Como age:
Sua ação constitui-se na aplicação de feixes luminosos sobre o couro cabeludo para o aumento da espessura dos fios. Seu mecanismo acontece através da fotobioestimulação, decorrente do aumento da produção de energia pelas mitocôndrias capilares. Além disso, atua na síntese de colágeno, melhora o processo de cicatrização e possui efeito nos vasos capilares, aumentando o aporte de nutrientes e o fluxo de oxigênio na raiz.
Para que serve:
Através da ação já descrita, provoca uma ativação e prolongamento da fase de crescimento, melhorando a densidade capilar. Além disso, possui efeito anti-inflamatório no couro cabeludo. Sua atuação pode ser coadjuvante, um complemento ao tratamento que serve como uma ajuda para o crescimento dos fios. O tratamento com luz de baixa potência, em geral, não tem efeitos colaterais e é um procedimento não invasivo e indolor. Outra vantagem é ser considerada uma opção de tratamento para homens que possuem contra indicação ou não querem fazer uso da finasterida.
Este tratamento é usado principalmente para alopecia androgenética masculina, conhecida como calvície, além de poder ser usado no tratamento da seborreia, excesso de oleosidade do couro cabeludo e, conforme indicação médica, no período pós transplante capilar.
Tipos de Luz de baixa potência
No tratamento da calvície existe a possibilidade da realização apenas com laser de baixa intensidade, LED (Luz Emitida por Diodo) ou ainda aparelhos que disponibilizam as duas tecnologias.
Comum em várias formas como: escovas, tiaras, capacetes, que podem ser usados em casa com tempo médio de 20 a 30 minutos por sessão. Todavia, a frequência e o número de sessões, assim como o intervalo entre as mesmas, é definido pelo profissional médico de acordo com as necessidades do pacientes. Existem ainda os aparelhos de uso em consultório, onde a quantidade de pontos de luz é maior e mais intensa, promovendo melhores resultados ao paciente e maior segurança na realização das sessões.
Laser Fracionado não ablativo
O laser fracionado de alta potência é relacionado ao tratamento da queda dos cabelos e por ser não ablativo, característica importante, protege o couro cabeludo, não danificando os fios. É quase indolor e seguro, com as sessões, auxilia e complementa o tratamento da alopecia.
Como age:
Sua ação ocorre no bulbo capilar, com estímulos voltados para a fase de crescimento (anágena), ocorrendo um aumento do fluxo sanguíneo no local e da atividade biológica e mitótica das células com melhora da espessura do fio.
Qual o resultado esperado:
Fazendo o acompanhamento e utilizando as prescrições corretas, os pacientes têm um aumento da espessura do fio, levando ao aumento do volume dos cabelos, consequentemente diminui o aspecto do couro cabeludo exposto ou dos cabelos ralos.
O procedimento é rápido, seguro, feito pelo médico dermatologista especialista em doenças dos cabelos e do couro cabeludo, realizado no consultório e auxilia no tratamento da recuperação dos fios, mas fica o alerta: só utilize tal produto se o mesmo tiver selo de liberação da Anvisa e se aprovado pelo FDA.
Referências:
Avci, Pinar; Gupta, Gaurav K.; Clark, Jason; Wikonkal, Norbert; Hamblin, Michael R. (February 2014). Low-level Laser (Light) Therapy (LLLT) for treatment of hair loss. Lasers in surgery and medicine. 46 (2): 144–151.
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Gupta, AK; Daigle, D (April 2014). “The use of low-level light therapy in the treatment of androgenetic alopecia and female pattern hair loss”. The Journal of dermatological treatment. 25 (2): 162–3.
Rangwala, Sophia; Rashid, Rashid M. (Feb 2012). “Alopecia: a review of laser and light therapies”. Dermatology Online Journal. 18 (2): 3.
Zarei, Mina; Wikramanayake, Tongyu C.; Falto-Aizpurua, Leyre; Schachner, Lawrence A.; Jimenez, Joaquin J. (2015-12-21). “Low level laser therapy and hair regrowth: an evidence-based review”. Lasers in Medical Science. 31: 363–71.
Por
Leandro Damiani
– Médico e Preceptor do serviço de Dermatologia e Ambulatório de Doenças do Couro Cabeludo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre;
– Colaborador de ensino na residência médica de dermatologia da PUCRS;
– Fellowship em doenças do couro cabeludo com ênfase em tricoscopia pela
Medical University of Warsaw, Poland;
– Fellowship em doenças do couro cabeludo, com ênfase no couro cabeludo afro pela Wake Forest School of Medicine na Carolina Do Norte – EUA
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